Apostar é um ato que normalmente mexe com as emoções. A adrenalina de ter dinheiro em jogo, e estar sujeito a perdas e ganhos, é intensa.
Aliás, esse é o propósito buscado por muitos apostadores nesse meio, que fazem suas entradas de modo recreativo, tão somente objetivando se divertir.
Entrementes, a visão de um profissional deve ser diferente. Ele não está ali pela emoção, mas sim, para produzir lucro no longo prazo.
Para tanto, é necessário que consiga enxergar as apostas da forma menos passional possível, buscando somente o +EV disponível no mercado, e nada mais do que isso.
Ocorre que na prática isso é mais difícil do que parece.
Emoções em Excesso
No início da trajetória de um apostador, ele tende a ter sentimentos positivos exacerbados quando atravessa bons momentos, se tornando eufórico. Ao passar por uma sequência de greens, a tendência é que se sinta “o melhor apostador do mundo”.
De forma oposta, nos maus momentos, o punter iniciante tende a ter sentimentos negativos de forma exagerada, como tristeza e desamparo. Em uma bad run, ao contrário do que ocorre nas boas sequências, a tendência é que se sinta “o pior apostador do mundo”.
Erros Gerados pelas Emoções
Todavia, tais sentimentos extremos em nada contribuem com a carreira do apostador.
Isso pode atrapalhá-lo, inclusive, levando-o a tomar decisões pautadas na emoção, e não na razão.
Em uma sequência boa, isso pode levá-lo a “abaixar a guarda”, prestando menos atenção nas análises.
Em uma sequência ruim, pode conduzi-lo a ações desesperadas como tentar recuperar as perdas.
Qualificação Técnica para Fortalecimento Emocional
Nesse tema, publicamos um artigo intitulado “O longo prazo (verdadeiro) nas apostas esportivas”, do qual sugere-se a leitura.
Nele, foi explicado o conceito de “longo prazo”, sob a ótica da Lei dos Grandes Números. Foi mostrado o motivo pelo qual, no curto prazo, os resultados nas apostas são muito mais atribuíveis ao acaso do que à habilidade do apostador.
Isso é algo que deve ser entendido o quanto antes por um punter que deseja ser profissional.
Ganhar ou perder significa muito pouco em uma curta amostragem de entradas.
Ao assimilar essa ideia, o apostador gradualmente vai parando de julgar seu próprio trabalho com base em uma semana ou um mês que tenha sido bom ou ruim.
Com efeito, esse é um passo importantíssimo rumo ao sentimento que um grande apostador deve ter ao se deparar com resultados de curto prazo: a indiferença.
Além de lhe proporcionar tomar decisões cada vez mais racionais, isso ainda pode melhorar sua qualidade de vida.
Pode levá-lo a deixar de se desgastar nas bad runs, ou deixar de se frustrar ao ver que uma boa sequência era nada mais que algo aleatório.
Considerações Finais
Por todo o exposto, o controle emocional é algo extremamente importante para a evolução de um apostador, embora dificilmente seja uma capacidade com a qual já inicie a carreira.
É essencial que o punter entenda a importância do longo prazo e a consequente como o curto prazo pode nos enganar, para atravessar esse processo.
Uma vez adquirida a difícil capacidade da indiferença, pode-se afirmar que um apostador chegou aonde poucos chegarão nas apostas.
É o patamar máximo no tocante ao controle emocional, e definitivamente uma exigência para estar entre os melhores.
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