O gerenciamento de banca tradicional pressupõe um valor total depositado na plataforma ou bookie, dividido em um determinado número de unidades.
A partir disso, o apostador aplica seu stake level em cada aposta, ou usa stake fixa, conforme prefira trabalhar.
Entretanto, há uma questão pouco abordada, que também pode ser inserida no tema da gestão de banca, e é capaz de gerar importantes benefícios, se bem executada.
Trata-se da possibilidade de rentabilizar sua banca de uma forma secundária e completamente separada das apostas.
O Dinheiro Parado
Nesse ponto, é essencial destacar que o valor que depositamos em uma casa ou plataforma não é remunerado se não apostarmos.
O saldo da conta não mudará, exceto pelo valor ganho ou perdido com as entradas realizadas.
Duas implicações básicas:
- A primeira é que há uma perda de dinheiro, pois o valor não recorrentemente utilizado da banca poderia estar investido em uma aplicação financeira, rendendo no mínimo 100% da taxa básica de juros (Selic).
- A segunda é uma perda em segurança, vez que, por mais confiável que possa ser uma plataforma de apostas, nunca será tão segura quanto uma boa aplicação de renda fixa.
Assim ocorre, pois, as casas de apostas e plataformas estão em sua maioria situadas no exterior.
Com a regulamentação ainda pendente, caso, por exemplo, a casa vá à falência, o apostador terá sérios problemas para reaver seu dinheiro.
O profissional poderá se deparar com falta de amparo jurídico para tanto, inclusive, vez que a legislação sobre o tema ainda é cinzenta.
Diante disso, guardar parte da banca fora da casa ou plataforma pode ser uma medida de segurança, e ainda proporcionar uma rentabilidade extra.
Porém, alguns cuidados devem ser tomados para que essa prática não seja prejudicial ao apostador.
Cuidados com a Estratégia
Banca é para Aposta
Antes de mais nada, deve-se ter a plena ciência de que a banca é um valor destinado única e exclusivamente para as apostas.
Ter parte dela mais “disponível” é uma tentação a utilizar o valor para outras finalidades, especialmente quando o dinheiro falta.
Isso não pode acontecer.
O valor da banca jamais pode ser utilizado para fins alheios às apostas.
Caso o apostador não tenha disciplina para manter o valor intocado, é melhor deixa-lo na casa ou plataforma.
Volume
Ainda, é crucial que o punter conheça seu volume médio de apostas, com a finalidade de não sacar um valor excessivo, que comprometa a continuidade de suas operações.
Ninguém quer encontrar uma boa aposta e não ter saldo na bookie para aproveita-la em razão de ter deixado um montante insuficiente depositado.
Liquidez Diária
Por fim, a aplicação financeira escolhida para guardar parte da banca deve, obrigatoriamente, ser de renda fixa e ter liquidez diária.
Ou seja, deve ter risco mínimo de qualquer perda do valor investido, e o saque da quantia deve ser possível em, no máximo, um dia útil.
Sendo asim, caso o apostador sofra uma bad run, o restante de sua banca deve poder ser facilmente acessado para repor o saldo na casa ou plataforma.
Dica de Investimento
Uma boa escolha (e não a única) para quem deseja adotar essa estratégia é o Tesouro Direto, mais especificamente através dos títulos do Tesouro Selic.
Eles possuem altíssima segurança e remuneram em aproximadamente 100% da taxa Selic.
Além disso, permitem saque em um dia útil após a solicitação.
Alerta-se, entretanto, que o valor jamais deve ser destinado a outros títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA.
Estes estão sujeitos a maiores flutuações de mercado e podem gerar perda de parte do valor investido.
Da mesma maneira, a destinação nunca pode ser qualquer título de renda variável.
As apostas esportivas já fazem parte do universo da renda variável, e alocar o mesmo valor duas vezes em investimentos de risco acima da média é um erro grosseiro.
Afinal, o objetivo dessa estratégia é dar maior segurança à banca e otimizar sua rentabilidade, e não o contrário.
Sobre o Autor
0 Comentários