Hoje vou contar uma história aqui. A minha história no mundo das apostas esportivas. Ou pelo menos uma parte dela.
Há 1 ano eu escrevia minha primeira pick publicamente. Em novembro de 2018. Era um jogo entre Boa Esporte vs Brasil de Pelotas, pela Série B.
Só 1 ano. 12 meses. Olho para esse período e sinto como se fossem 2 ou 3 anos. Por que muitas coisas aconteceram nesses 12 meses. Tudo foi muito intenso e forte. Mas é apenas 1 ano.
Antes de decidir ser tipster e me expor, passei uns 4 meses num conflito interno: ser ou não ser? Para piorar tudo, encuquei que queria ser tipster somente de mercados asiáticos. Onde estava meu juízo? rsrsrs Até que depois de muitas reflexões, conversas e empurrões: FUI!
E aqui estou. Firme e forte.
Dessa experiência, consigo extrair 5 grandes lições deste 1 ano de trabalhos públicos nas apostas esportivas. E compartilharei com você.
1. Ser Tipster é muito diferente de ser Apostador
Cuidar apenas da sua banca é muito mais simples. Ser responsável por bancas de centenas e até milhares de pessoas é muito complexo. As responsabilidades aumentam.
Outro ensinamento é que ser apostador e tipster ao mesmo tempo não significa conseguir mandar picks iguais às suas próprias apostas (é muito comum a gente ver isso no marketing, né? Salvo raras exceções, não é bem assim que funciona). Quando você é apostador e aposta, você entra no jogo, mexe em odds e até em linhas. Desta forma, os desempenhos do apostador e do tipster são diferentes.
Quando esses fichas caíram. E caíram logo no início, foi uma baita aprendizagem.
2. O mercado asiático é muito mais cruel do que imaginava ser
Não me arrependo de ter escolhido o caminho dos mercados asiáticos. Mas olho para trás e vejo o quanto eu era inocente. Era ingenuo. Tinha uma visão até mesmo romântica dos mercados asiáticos (tem conexão com a terceira lição).
Eu brinco com isso, mas sei que faz parte do desenvolvimento da consciência do apostador. Mesmo recheado de teorias, eu precisei vivenciar à prática para ter real noção.
O mercado asiático é cruel e permite poucas falhas. É extremamente competitivo. Com isso, pequenos detalhes (de verdade) podem deixar sua semana no red ou no green. Baixar a concentração é um erro que pode acarretar problemas graves (e pior, que levam tempo para recuperar).
Afinal, o seu “inimigo” (os demais apostadores e sindicatos) é muito agressivo e tem um arsenal imenso (de informações e grana). Se vacilar, o valor vai embora que você não vê nem a cor. Ou então, deixam armadilhas bem sinistras no seu caminho, como odds especulativas ou odds em lives sem margem de valorização e por aí vai.
Mas ser movido por desafios deste tamanho é sempre bom. Entendendo a realidade de forma mais clara até me motivo mais para seguir esse caminho.
3. Apostar com mais dinheiro é mais difícil que apostar com menos dinheiro
Como falei anteriormente, tudo aconteceu de forma rápida e intensa. Logo chegaram investidores e mais investidores. Antes disso, ao me lançar no mercado de profissional, reforcei minha banca com aporte. Afinal, queria viver disso.
Resumo da história. Em poucos meses, estava trabalhando com um volume de dinheiro que eu nunca tinha imaginado em minha vida. Tenho até um artigo que fala um pouco deste assunto.
A questão aqui não foi nem a gestão deste volume de dinheiro. Mas sim, os limites ou as apostas máximas (Nesse artigo explico um pouco o que são os limites).
O que acontece. Eu via o mercado, identificava valor, mas era obrigado a esperar. Pois, as casas ainda não comportavam os valores (aqui no sentido de moeda: $) que eu precisava apostar.
É uma reprodução do que já acontecia diante do mercado europeu. As odds abrem com valor, mas quem é limitado nas casas europeias não consegue apostar lá. Porém, o que aconteceu comigo foi dentro do próprio mercado asiático.
Foi aí que aprendi de uma vez por todas o assunto dos limites. Mais uma vez, precisei da prática para entender de fato esse conceito tão estudado, mas que as vezes não nos faz tanto sentido.
E eu descobri que apostar com mais dinheiro é mais difícil que apostar com menos. Afinal, nem sempre o mercado deixará valor para você. Mesmo que ele tenha existido em algum momento, mas por questões dos limites, eu estava privado de fazer aquela aposta (outros fazem baixam as odds). E isso acontece com muita frequência.
Obs.: a faixa de dinheiro que eu trabalhei neste ano é acima da média dos apostadores brasileiros. Mas não chega nem perto das bancas grandes ou gigantes. Ou seja, a partir daqui, do ponto que estou, sei que essas dificuldades tendem a aumentar a medida que essa faixa de dinheiro for crescendo. Ou seja, aprendi a lição na lógica e vivenciei alguns níveis dela. Mas sei que tem coisa pior mais a frente.
4. Existem pessoas maravilhosas no mundo das apostas
Esse é um dos pontos mais gostosos de falar. Como eu conheci pessoas maravilhosas nesse tempo. E ter amigos, colegas, parceiros é bom demais. Me sinto vivo.
Além disso, nesse período, conheci o Danilo Pereira (um dos meus mestres) e derrubei café no frigobar dele; conheci o Danilo Martins (um dos meus mestres); assisti a Copa América com o Sérgio Freitas, também já o humilhei no FIFA (😅); tomei umas brejas (pesadas) com Rodrigo César, Tiago Meireles, Tadiotto, Josiel e Nettuno (Talvez não lembre de todos rsrsrsrs).
Ganhei bombons amazônicos do Syro. Me hospedei uma semana na casa do Pet e fizemos um churrascão com o Lucas e a Camila. Conheci o Frazão e seu vozeirão de radialista. E a lista só cresce (A Paraíba me espera, né Lampião?) e crescerá ainda mais.
Isso por que eu nem vou falar dos anônimos. Ou das “amizades onlines”. Das conversas intermináveis no Zap, Telegram e Insta. Aqui, não me arriscaria citar ninguém. Seria difícil listar todos.
Tudo isso em apenas 1 ano.
Destas experiências, me renderam até aqui amigos para a vida, companheiros de trabalho, bons colegas de profissão – que me ajudam no network e no meu crescimento.
Particularmente, não esperava que isso fosse acontecer nesse ritmo. E que bom que eu estava enganado.
5. E a principal de todas: é preciso continuar aprendendo
Sabe aquela história de teoria e prática? Que mesmo com uma carga teórica, somente as experiências práticas são capazes de consolidar o conhecimento?
Pois bem. Sabe o que acontece depois dessas experiências práticas?
Pelo menos 2 questões fundamentais:
-
Abrem-se lacunas na teoria anteriormente acumulada (Sim, você precisa voltar em tudo que já estudou);
-
Abrem-se novos desafios teóricos que antes não estavam postos até então (Sim, você precisa estudar novos assuntos, temas e questões – ou os antigos, de uma perspectiva diferente _ é o link com o ponto 1).
E quando você pensa que já estudou demais e está preparado: pimba… a estrada ainda é longa. Arriscaria dizer que é infinita.
O tipster está à prova o tempo todo. As vezes é preciso vestir uma casca dura. Afinal, estamos numa contante disputa no mercado. Precisamos vender nossos serviços de picks. Ou ao menos nos afirmar. Mostrar sinais de fragilidade pode não ser um bom negócio.
Essa pressão por resultados e essa casca (até necessária) pode dificultar a identificação da necessidade do estudo continuado. E aí tem-se um problema. A evolução de um apostador não é natural. Inclusive, ninguém está livre do processo inverso: da involução.
Por isso, sem medo de ser feliz, completo esse 1 ano de trabalho público dizendo que o conhecimento não tem limites. E que será preciso sempre buscar mais e mais e mais… não dá para ficar parado no tempo achando que está 100% pronto. Na busca pela perfeição, o movimento de buscá-la é muito mais importante que qualquer outra coisas. Afinal, falando baixinho para ninguém escutar, talvez você não a ache por aí.
Ahhh… Sabe o que aconteceu na minha primeira pick. Green. Apostei no Brasil de Pelotas -0.25 e o jogo 1 x 0 para o time gaúcho. Gol de Welinton Júnior aos 16 minutos. Deixo aqui abaixo a pick na íntegra.
Evento: Brasileiro Série B
Jogo: Boa Esporte vs Brasil de Pelotas| Kick off: 09 Nov 2018, 20:30 (Horário de Brasília)
Aposta: Brasil de Pelotas -0.25 (AH) @ 2.26 (188 bet)
Unidades: 1u
Odd mínima: 2.12
Resumo da Análise: O Boa é o primeiro time a ser matematicamente rebaixado nesta Série B e jogará apenas para cumprir tabela. É inevitável que os jogadores estejam com a moral baixa para esse duelo. Depois de 2 vitórias seguidas, o Xavante está em alta e poderá livra-se de vez do fantasma do rebaixamento caso vença esta noite. Avalio o Boa Esporte com muitas limitações técnicas e táticas. O Brasil, apesar das oscilações na competição é superior ao adversário. Com isso, acredito que temos um bom valor no Brasil de Pelotas -0,25. Creio que a odd está desajustada. Por isso, vamos fazer essa bet.
Boa Aposta
Sobre o Autor
7 Comentários
É cara, estou na caminhada mas sou trader, sigo vocês tipsters porque acho foda o que fazem, apostas no mercado asiático são muito complexas para quem opera basicamente 1×2 e under/over…
É muita coragem colocar publicamente suas tips, pois sempre vai ter aquele cara que no primeiro dia que usar o seu serviço vai pegar 5 entradas e as 5 vão ser red e vão sair por aí compartilhando que é puro marketing…
Vai na fé e sucesso
Obrigado pelo comentário Windson!!!
TMJ
Muito foda! Cada um tem sua história e é ótimo termos esses relatos! Parabéns!
Obrigado Carlos!
Que baita depoimento, Erick! Há cada dia que passo tentando trilhar o caminho das “asiáticas” me vem um turbilhão de pensamentos e sentimentos. Ler relatos como esse dá um ânimo que tu não faz ideia!
Segue FIRME! A tua firmeza, provavelmente, é alicerce para muitos!
Abraço.
Grande Hugo,
Vamos simbora…
Há vida após os mercados europeus…rsrsrsrsrs Tem que haver. É mais difícil, mas não é impossível para quem trabalha sério, com métodos e tudo mais…
[…] 5 lições que aprendi em 1 ano de trabalho público nas apostas esportivas […]